terça-feira, 18 de novembro de 2008

O SONHO DE ALICE, estréia nesse dia 22 as 23 horas, no cine villa rica em ouro preto

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O SONHO DE ALICE, novo curta da Cia Coelho Branco, feito em 2007 e 2008
Mateus Bianchim, em O SONHO DE ALICE
Airá Fuentes, em O SONHO DE ALICE
Matheus Silva , em O SONHO DE ALICE
Renato Ribeiro e Roberta Portela em O SONHO DE ALICE
Roberta Portela, em O SONHO DE ALICE
o silêncio é luz
caminhar é preciso... viver não é...

O SOL

O Sol é primo da Madrugada

é o primo safado da madrugada

que arranca sua roupa e beija suas nádegas

que abre suas pernas e nela mergulha

que a leva sem perguntar se quer

para os limites dos dias

para as encruzilhadas das estradas

para as ressacas do mar e das manhãs impuras

e sábias

e bêbadas,

e graças ao Deus primordial

nem um pouco virginais.

O Sol é o primo da Madrugada,

é o primo mais velho

que percorreu países exóticos

que comeu a carne de touros e búfalos

que bebeu das poções mágicas dos índios

e sentiu seu sangue quente com eles,

e em sua mandala mirou o meio

e do meio explodiu para além dos tempos,

para outras esferas, outras auroras,

virgens ou velhas...

É o primo delinquente e quente

que ela ama e fica esperando chegar

O Sol

seu primo,

de barba mau feita,

de olhos profundos e ferozes,

o Sol ,

seu primeiro,

seu amor,

seu pai ,

amante e assassino, o Sol.

O que lhe rouba a vida

e lhe dá luz

o que se esquece nela para ser um só

o SOL.

Henrique Manara
sol
  1. “ para além dos limites do meu bem

meu barco quer navegar,

para antes do princípio do meu mau

ele quer se encerrar,

quer se fundir com as ondas

que seu casco corta,

quer ser um só com o mar...”

Henrique Manara

Cordisburgo
Moebios
primeiro curta da CIA COELHO BRANCO , NARCISO , 2006, Ouro Preto

dia desses

acordei com os olhos cheios de vazio

prontos para errar

livres para sonhar,

fui caminhando na faixa amarela,

me equilibrando no meio da rodovia,

sabia que não podia parar,

era como se meu caminhar

fosse os dedos de um violonista

a executar uma canção sagrada,

uma canção popular, porém, inconstante,

cheia de nuancias,

de altos e baixos,

de luzes e sombras,

haviam gatos e anjos caídos no meu caminhar...

flores com amnésia,

fontes escondidas

atrás de montes de pedras,

e velhas senhoras nas varandas de suas casas,

com as portas abertas...”

Henrique Manara